O
maior acidente em área
urbana do Brasil
ocorreu no dia 31 de
outubro de 1996 com um
Fokker 100 da TAM.
Noventa e nove pessoas
morreram. O vôo 402
saiu do Aeroporto de
Congonhas, em São
Paulo, com destino ao
Rio de Janeiro, às
8h26. Foram apenas 25
segundos da decolagem
à explosão, dois
quilômetros adiante. O
avião se chocou sobre
diversas casas no
Jabaquara, zona sul
paulistana.
Três pessoas em solo
foram atingidas e
morreram carbonizadas,
assim como todos os 96
ocupantes do aparelho.
A causa inicial foi a
abertura do reverso —
peça que serve para
frear o avião durante
o pouso jogando o
fluxo do jato para a
frente — em pleno ar
em função de uma falha
de projeto.
Mas quem ou o quê
realmente derrubou o
Fokker da TAM?
O professor de
Engenharia aposentado
Fernando Lobo Vaz de
Mello que perdeu um
filho, também
engenheiro, de 27
anos, no vôo 402 da
TAM, nunca se
conformou com a
conclusão de que o
avião foi derrubado
por um relé defeituoso
que acionou a reversão
de uma turbina na hora
da decolagem.
Pesquisou os
relatórios oficiais
sobre o acidente
(recorreu à Justiça
para obter uma cópia,
censurada pelas
autoridades) e chegou
à conclusão de que o
Fokker da TAM teria
subido se os pilotos
tivessem seguido o
manual.
O professor Mello
divulgou um estudo por
ele realizado sobre o
acidente. Seus pontos
mais importantes:
“Após uma pesquisa
detalhada desse
documento, obteve-se
um conjunto de dados
que mostra o que
realmente aconteceu no
vôo 402 e que
ultrapassa a meia
verdade de um simples
relé defeituoso.
Durante a operação de
taxiamento do vôo 402,
a aeronave emitiu dois
alarmes sonoros
indicativos de
problemas, ignorados
pela tripulação, o
mesmo acontecendo
quando pela terceira
vez soou um alarme na
cabine, durante o
início da corrida de
decolagem. Caso a
tripulação tivesse
considerado quaisquer
desses alarmes, teria
condição de retornar e
estacionar a aeronave
com segurança.
Imediatamente após a
decolagem, o relé
defeituoso causou uma
abertura do reverso do
motor direito. Essa
anomalia e os
procedimentos que a
aeronave executa
automaticamente para
contorná-la,
permitindo que o vôo
prossiga em segurança,
constam no seu manual
de operação.
Quando o reverso é
inadvertidamente
aberto em vôo, a
potência do respectivo
motor é
automaticamente
cortada, ficando
disponível para a sua
operação outro motor,
que é suficiente para
um vôo seguro, mesmo
durante a decolagem.
Contrariando a
recomendação de que as
ações corretivas de
vôo só devem ser
tomadas acima de 1000
pés de altura, a
tripulação tentou
pretensamente
solucionar a anomalia
causada pela abertura
do reverso do motor
direito, que não foi
por ela reconhecida,
abaixo de 1000 pés de
altura. A altura
máxima atingida
durante o vôo 402 foi
cerca de 200 pés. A
tripulação, para
eliminar a ação do
travamento automático
da alavanca de
aceleração do motor
defeituoso, forçou
essa alavanca três
vezes, terminando por
romper seu
acionamento.
Paralelamente à
ruptura do cabo, um
dos tripulantes
diminuiu de maneira
inconseqüente a
potência do motor
esquerdo, o único
então em operação
normal. O
desconhecimento da
tripulação sobre o que
ocorria culminou na
perda de controle da
aeronave.”
Nenhum jornal se
interessou pelas
conclusões do
engenheiro.
As vítimas – viúvas,
filhos e moradores das
casas atingidas –
aguardam, até hoje,
nove anos depois, pela
justa indenização
devida pela empresa
aérea, que interpõe
infindáveis recursos
para postergar o
pagamento das mesmas,
mesmo já condenada em
duas instâncias à
pagá-la.
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O Fokker 100 |
As ruínas deixadas
pela queda do
avião |
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