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TEXTOS DIVERSOS



A língua inglesa na publicidade

..Jorge Tadeu da Silva

 

Muita gente acredita que batizar estabelecimentos, produzir placas ou mesmo fazer anúncios com expressões em inglês dá um ar sofisticado ao negócio. Só isso explicaria a profusão de lugares que nem sequer usam palavras em português em seus materiais e, mais grave, muitas vezes cometem erros grosseiros de gramática e sentido.

 

A palavra chute, por exemplo, vem do inglês shoot, que significa atirar. No início do século XX, era assim que ela era grafada aqui no Brasil. Normalmente não há problemas no uso de palavras estrangeiras quando elas não têm substituto em português, a exemplo de marketing e mouse. Nos outros casos, como dizer sale ou off em vez de liquidação e descontos, é um deslumbramento desnecessário.

 

 

É claro que não faz muito sentido radicalizar e fazer campanha a favor da proibição do  uso de palavras estrangeiras, como propõe projeto de lei de Aldo Rebelo.

 

 

Essa atitude foi semelhante à usada por Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto. Na história, em busca da recuperação de um nacionalismo perdido, ele tenta impor o “tupi” como a língua oficial do Brasil, já que esta era a língua falada pelos índios daqui antes do descobrimento pelos portugueses.

 

Dessa forma, deve-se evitar o uso abusivo de estrangeirismos, porém sem criar uma xenofobia. Deve-se aceitar as expressões já utilizadas, sem qualquer aversão, mas também proteger a nossa cultura para que não se perca.

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 Maio / 2006
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