Muita gente acredita que batizar
estabelecimentos, produzir placas ou mesmo fazer anúncios com expressões
em inglês dá um ar sofisticado ao negócio. Só isso explicaria a profusão
de lugares que nem sequer usam palavras em português em seus materiais e,
mais grave, muitas vezes cometem erros grosseiros de gramática e
sentido.
A palavra
chute, por exemplo, vem do inglês shoot, que significa atirar. No início
do século XX, era assim que ela era grafada aqui no Brasil. Normalmente
não há problemas no uso de palavras estrangeiras quando elas não têm
substituto em português, a exemplo de marketing e mouse. Nos outros casos,
como dizer sale ou off em vez de liquidação e descontos, é um
deslumbramento desnecessário.
É claro
que não faz muito sentido radicalizar e fazer campanha a favor da
proibição do uso de palavras estrangeiras, como propõe projeto de lei de
Aldo Rebelo.
Essa
atitude foi semelhante à usada por Policarpo Quaresma, personagem de Lima
Barreto. Na história, em busca da recuperação de um nacionalismo perdido,
ele tenta impor o “tupi” como a língua oficial do Brasil, já que esta era
a língua falada pelos índios daqui antes do descobrimento pelos
portugueses.
Dessa
forma, deve-se evitar o uso abusivo de estrangeirismos, porém sem criar
uma xenofobia. Deve-se aceitar as expressões já utilizadas, sem qualquer
aversão, mas também proteger a nossa cultura para que não se perca.
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