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celebração do Natal
antecede o cristianismo
em cerca de 2000 anos.
Tudo começou com um
antigo festival
mesopotânico que
simbolizava a passagem
de um ano para outro, o
Zagmuk.
Para os mesopotânios, o
Ano Novo representava
uma grande crise. Devido
à chegada do inverno,
eles acreditavam que os
monstros do caos
enfureciam-se e Marduk,
o seu principal deus,
era preciso derrotá-los
para preservar a
continuidade da vida na
Terra. O festival de Ano
Novo, que durava 12
dias, era realizado para
ajudar Marduk em sua
batalha.
A tradição
dizia que o rei devia
morrer no fim do ano
para, ao lado de Marduk,
ajudá-lo em sua luta.
Para poupar o rei, um
criminoso era vestido
com as suas roupas e
tratado com todos os
privilégios do monarca,
sendo morto levava todos
os pecados do povo
consigo. Assim, a ordem
era restabelecida. Um
ritual semelhante era
realizado pelos persas e
babilônios. Chamado de
Sacae, a versão também
contava com escravos que
tomavam o lugar dos seus
mestres.
A Mesopotâmia, chamada
de mãe da civilização,
inspirou a cultura de
muitos povos, como os
gregos, que englobaram
as raízes do festival,
celebrando a luta de
Zeus contra o titã
Cronos. Mais tarde,
através da Grécia, o
costume alcançou os
romanos, sendo absorvido
pelo festival chamado
Saturnalia (em homenagem
a Saturno).
A festa
começava no dia 17 de
dezembro e ia até o 1º
de Janeiro,
comemorava-se o
solstício do inverno. De
acordo com seus
cálculos, o dia 25 era a
data em que o Sol se
encontrava mais fraco,
porém pronto para
recomeçar a crescer e
trazer vida às coisas da
Terra. Durante a data,
que acabou conhecida
como o Dia do Nascimento
do Sol Invicto, as
escolas eram fechadas e
ninguém trabalhava, eram
realizadas festas nas
ruas, grandes jantares
eram oferecidos aos
amigos e árvores verdes
- ornamentadas com
galhos de loureiros e
iluminadas por muitas
velas - enfeitavam as
salas para espantar os
maus espíritos da
escuridão. Os mesmos
objetos eram usados para
presentear uns aos
outros.
Apenas após a
cristianização do
Império Romano, o 25 de
dezembro passou a ser a
celebração do nascimento
de Cristo. Conta a
Bíblia que um anjo, ao
visitar Maria, disse que
ela daria a luz ao filho
de Deus e que seu nome
seria Jesus. Quando
Maria estava prestes a
ter o bebê, o casal
viajou de Nazaré, onde
viviam, para Belém a fim
de realizar um
recenseamento solicitado
pelo imperador, chegando
na cidade na noite de
Natal. Como não
encontraram nenhum lugar
com vagas para passar a
noite, eles tiveram de
ficar no estábulo de uma
estalagem. E ali mesmo,
entre bois e cabras,
Jesus nasceu, sendo
enrolado com panos e
deitado numa manjedoura
(objeto usado para
alimentar os animais).
Pastores que estavam com
seus rebanhos próximo do
local foram avisados por
um anjo e visitaram o
bebê. Três reis magos
que viajavam há dias
seguindo a estrela guia
igualmente encontraram o
lugar e ofereceram
presentes ao menino:
ouro, mirra e incenso,
voltando depois para
seus reinos e espalharam
a notícia de que havia
nascido o filho de Deus.
A maior parte dos
historiadores afirma que
o primeiro Natal como
conhecemos hoje foi
celebrado no ano 336
d.C. A troca de
presentes passou a
simbolizar as ofertas
feitas pelos três reis
magos ao menino Jesus,
assim como outros
rituais também foram
adaptados.
O Papai Noel
A
figura do Pai Noel tem
origem na história de
São Nicolau, um santo
especialmente querido
pelos cristãos ortodoxos
e, em particular, pelos
russos.
São Nicolau, quando
jovem, viajava muito,
ficou a conhecer a
Palestina e Egito. Por
onde passava ficava na
memória das pessoas
devido a sua bondade e o
costume de dar presentes
às crianças
necessitadas. Conta-se
que o primeiro presente
que o Papai Noel deu
foram moedas de ouro
entregues a três meninas
pobres. Quando voltou a
sua cidade natal,
Patara, na província de
Lícia, Ásia Menor, São
Nicolau foi declarado
bispo da cidade de Mira.
Com o tempo, o santo foi
ganhando fama de fazedor
de milagres, sendo esse
um dos temas favoritos
dos artistas medievais.
Nessa época, a devoção
por S. Nicolau
estendeu-se para todas
as regiões da Europa,
tornando-o o padroeiro
da Rússia e da Grécia,
das associações de
caridade, das crianças,
marinheiros, garotas
solteiras, comerciantes,
penhoristas, e também de
algumas cidades como
Friburgo e Moscou.
Milhares de igrejas
européias foram-lhe
dedicadas, uma delas
ainda no séc. VI,
construída pelo
imperador romano
Justiniano I, em
Constantinopla
(Istambul).
A Reforma Protestante
fez com que o culto a
São Nicolau
desaparecesse da Europa,
com exceção da Holanda,
onde sua figura
persistiu como
Sinterklaas, adaptação
do nome São Nicolau.
Colonizadores holandeses
levaram a tradição
consigo até New Amsterdã
(a atual cidade de Nova
Iorque) nas colônias
norte-americanas do séc.
XVII. Sinterklaas foi
adotado pelo povo
americano falante do
Inglês, que passou a
chamá-lo de Santa Claus
- em português, Pai
Noel.
A imagem do Papai Noel
como conhecemos hoje foi
criada em 1931 por um
sueco beberrão chamado
Haddon Sundblon, numa
tentativa extremamente
bem sucedida da
Coca-Cola em conquistar
o público infantil.
Pensavam agarrar
rapidamente a próxima
geração de consumidores,
assim a Companhia
investiu na publicidade
dirigida a menores de 12
anos, mesmo havendo um
grande tabu quanto a
isso na época. Esse
aspecto acabou por
reformular a cultura
popular americana. O
Papai Noel de Sundblon
era o homem da Coca-Cola
perfeito - eternamente
alegre, alto, vermelho
vivo, metido em
situações engraçadas
envolvendo um conhecido
refrigerante como
recompensa por uma dura
noite de trabalho
entregando brinquedos.
Antes das ilustrações de
Sundblon, o santo do
Natal foi variadamente
vestido de azul,
amarelo, verde ou
vermelho. Na arte
européia ele era em
geral alto e magro, ao
passo que Clement Moore
o descreveu como um elfo
em The Night Before
Christmas.
A Árvore de Natal
A
tradição da árvore de
Natal surgiu na
Alemanha, no século XVI.
As famílias germânicas
enfeitavam suas árvores
com papel colorido,
frutas e doces. Somente
no século XIX, com a
vinda dos imigrantes à
América, é que o costume
espalhou-se pelo mundo. |