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MATÉRIAS SOBRE SÃO PAULO


O Museu do Ipiranga
e a independência do Brasil

 Jorge Tadeu da Silva

Bastante visitado neste mês de setembro, o Museu Paulista da Universidade de São Paulo – USP – também conhecido como Museu do Ipiranga, foi inaugurado em 1895.

Possui preciosidades do período imperial, como armas, objetos, jóias e indumentárias de grandes personagens da história paulista. Seu vasto acervo contém ainda mobiliário, pinturas, porcelanas, filatelia, numismática e importante biblioteca com documentação histórica da época da independência do Brasil, além de utensílios de bandeirantes e índios. A construção requintada em estilo neoclássico em meio ao amplo Parque da Independência dá ao Museu do Ipiranga o aspecto de um palácio europeu.

O que pouco se sabe são as vinculações entre o Museu do Ipiranga e as práticas comemorativas que cercam a independência do Brasil.

Ao contrário daquilo que freqüentemente se imagina, a proclamação do príncipe D. Pedro, na colina do Ipiranga e às margens do riacho do mesmo nome, não teve repercussão no momento de sua ocorrência. Além de não merecer acolhida especial da parte dos inúmeros e atuantes jornais que circulavam na Corte do Rio de Janeiro e em várias outras regiões do então Reino do Brasil, a ela também não se referiram os membros do governo da Regência e tampouco foi àquela época interpretada como baliza definidora do curso da história.

Nem mesmo D. Pedro na Carta dirigida aos paulistas, datada de 8 de setembro, deixou registros específicos a respeito do episódio do dia anterior.

No documento, a expressão “Independência ou morte”, longe de referenciar um evento memorável ou uma situação consumada e irreversível, apresentava o caráter de palavra de ordem e sua contundência estava entrelaçada muito mais à possibilidade efetiva, naquela ocasião, da deflagração de uma guerra civil que a uma decisão que determinava um suposto desfecho para circunstâncias tão nuançadas quanto aquelas. Isso evidencia, conforme tem sugerido a mais recente produção historiográfica sobre o tema, que, em fins de 1822, as condições políticas e os enfrentamentos sociais estavam encaixados com questões, debates e lutas armadas cuja complexidade e amplitude superam tanto a consagrada controvérsia entre as cortes em Lisboa e o governo sediado no Rio de Janeiro quanto à recortada discussão em torno da união ou da separação em relação a Portugal.

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Setembro / 2005
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