Desde o dia 21, São Paulo, no
Pavilhão da Oca, no Parque do Ibirapuera, recebe significativos vestígios
de uma história que começou há 5 mil anos. A China e suas dinastias são
revistas em cerca de 450 peças que compõem a exposição“Guerreiros de Xi’An
e os Tesouros da Cidade Proibida”.
Ocupam lugar de honra os 11 guerreiros em
terracota acompanhados de dois cavalos, que foram produzidos mais de dois
séculos antes de Cristo. As peças, em tamanho natural, estão perfiladas
dentro de vitrines no subsolo do prédio. Essa é a primeira vez que esse
número de guerreiros viaja para fora da China.
Na mostra, há dois
núcleos: um reúne peças do museu situado dentro da Cidade Proibida, em
Pequim, e outro apresenta objetos da província de Shanxi, onde foram
descobertos os guerreiros.
No segundo andar, onde
começa o percurso proposto pela curadoria, o trono imperial em laca
vermelha determina o caráter suntuoso das peças ali expostas. Estão no
espaço quatro sinos de grandes dimensões, trajes de soldados e da família
imperial, jóias e retratos.
Logo abaixo,
destacam-se peças de uso cotidiano e curiosidades. Em razão de os
imperadores serem colecionadores, há entre as peças relíquias, como
bronzes e cerâmicas. O térreo mostra principalmente objetos decorativos
(vasos, estatuetas etc.), emprestadas de Shanxi e que passam por diversas
dinastias.
Estátuas pouparam
os soldados
O exército que
acompanharia o imperador Qin Shi Huangdi após sua morte na então capital,
Xi’An (1.200 km de Pequim), começou a ser produzido em 246 a.C.. Quando
ele morreu, 36 anos depois, a empreitada ainda não tinha sido
concluída.
As imagens produzidas
em terracota (argila cozida) salvaram a vida de milhares de guerreiros,
que antes eram enterrados junto com o imperador.
A perfeição do
conjunto é espantosa: são cerca de 7 mil estátuas em tamanho natural, com
feições distintas, paramentadas de acordocom suas patentes e acompanhadas
de cavalos e armamentos em bronze.
Os guerreiros foram
encontrados enfileirados numa espécie de trincheira de 60m por 230m,
enterrados a quatro metros de profundidade.
A descoberta do sítio
arqueológico, que fica a 1,5 km da tumba do imperador, aconteceu em 1974,
quando camponeses escavavam um poço artesiano.
Foram recuperadas até
agora mil peças, que passaram por tratamento para combater fungos que
ameaçavam sua integridade.