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MATÉRIAS SOBRE SÃO PAULO


Ecstasy nas baladas paulistas

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 Jorge Tadeu da Silva

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        Com muita facilidade encontra-se um traficante oferecendo comprimidos de ecstasy nas típicas megafestas paulistanas. Pagando-se entre R$ 25 e R$ 50 os freqüentadores têm acesso a esse estimulante perigoso, cujo uso pode causar depressão, distúrbios de pânico e mais uma série de graves riscos ao longo da vida.

Longe dos riscos das chamadas bocas-de-fumo na periferia, procuradas por consumidores de maconha ou cocaína, o ecstasy (ou simplesmente “E”) está cada vez mais barato e mais fácil de ser encontrado em festas, danceterias e bares de São Paulo. Comprimidos do tamanho de uma aspirina – estampados com carinhas felizes, animais, grifes famosas e personagens de quadrinhos – transformaram-se em combustível de muitos baladeiros e fonte de renda para os “traficantes playboys”, como a polícia costuma chamá-los.

Curiosamente, o perfil dos traficantes e dos usuários é o mesmo. Em 90% dos casos, são jovens de classe média alta, nível universitário, que moram com os pais e têm entre 18 e 25 anos. São paulistanos que nunca entraram em uma delegacia e muito menos imaginam que podem correr o risco de passar de três a 15 anos em uma cela por tráfico de drogas.

A febre do ecstasy começou em São Paulo com o surgimento da cultura clubber na década de 90. Os comprimidos vinham na bagagem de DJs e promotores de eventos que voltavam da Europa.

O ecstasy é fabricado na Inglaterra, França, Bélgica, Espanha e em países do Leste Europeu. Um comprimido custa 40 centavos de dólar para ser produzido. Quadrilhas com base em São Paulo contratam jovens de classe média para trabalhar como “mulas”. Eles ganham até R$ 7 mil para buscar a droga no exterior. Para dificultar a ação dos detectores nos aeroportos, o transporte do ecstasy costuma ser feito em malas fabricadas com fibra de carbono. Outra maneira de importar o entorpecente é via internet. Sites com base na Ilhas Maurício e em outros paraísos fiscais vendem pacotes com 100 comprimidos por R$ 2 mil. É possível pagar com qualquer cartão de crédito. O ecstasy chega via correio em pacotes pequenos, embalado em papel-carbono para despistar a polícia ou dentro de bolas de tênis. A negociação pode ser feita de diversas formas: sites, salas de bate-papo ou comunicadores instantâneos. Uma vez na cidade, a droga é distribuída nas danceterias e raves.

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Maio / 2006
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