Scotch
whisky: o
prazer que vem
da Escócia
Jorge
Tadeu da Silva
Da
alquimia dos
frades e
monges dos
mosteiros
medievais às
fórmulas
secretas das
atuais
misturas
passaram-se
cinco séculos.
Conheça um
pouco sobre a
história
desse
destilado.
O
primeiro
registro
sobre
o uísque
data de
8 de
agosto de
1494. É uma
guia de
impostos
estipulados
pelo Tesouro Público
Escocês,
especificando
o suprimento
de “eight
bolls of
malt” para
que um certo
frei John Cor
produzisse a acqua
vitae ou uísgue
beatha,
que em gaélico,
o idioma
dos
celtas
da Grã-Bretanha
e da
Irlanda,
significa
água da vida.
Graças a esse
registro,
acredita-se
que o uísque
tenha surgido
nos
mosteiros.
Mas
a arte
de destilar já
era praticada
há muito mais
tempo pelos
celtas, na Escócia
e na
Irlanda,
países
que
reivindicam
para si a criação
da bebida.
A
história
mais
difundida é
que essa arte
teria surgido
na Irlanda, no
século V, e
migrado junto
com missionários
cristãos para
os mosteiros
escoceses na
direção das
Terras
Altas. O
certo é
que
nesses
longos e
deliciosos
anos a
Escócia se
tornou a pátria
do uísque,
abrigando
harmonicamente
centenas
de
chaminés de
destilarias
com sua
paisagem
bucólica,
repleta
de ruínas
de antiqüíssimos
castelos,
lagos e rios
de água
cristalina.
Uma água puríssima,
que corre
sobre a turfa,
o solo
esponjoso que
serve como
combustível
para defumar a
cevada, a
generosa matéria-prima
dos maltes.
Até
1853, a Escócia
tinha um só
tipo de uísque,
o single
malte, feito
com malte
de uma
única
destilaria.
Elas começaram,
em 1863,
a experimentar
misturas de
malte uísque
e uísque
de grão.
Surgia o
blended
scotch
whisky,
o mais
consumido do
mundo.
O
envelhecimento
O
envelhecimento
é a parte
mais
importante da
elaboração
da bebida, e a
preparação
dos barris
de carvalho
é um
capítulo
muito
especial.
Os escoceses
compram barris
novos
americanos e
outros usados
pelas
companhias
espanholas
produtoras de
jerez, que
ajudam a
formar a
cor e o
aroma do
uísque.
Depois
de
destilado, o uísque
é
transparente
como a
vodca ou
o
gim. Com
o
envelhecimento,
o uísque
adquire sua
cor, suavidade
e buquê.
O
malte uísque
amadurece
vagarosamente.
Cada uísque
tem seu
ciclo de vida
nos
barris.
Quando
chega o
momento
certo, o
master
blender
cuida
para que
ele seja
engarrafado. A
bebida sai então
da
destilaria,
em
barris ou em
carros-tanques,
e viaja para o
centro-sul da
Escócia, onde
fica a maioria
das unidades
industriais.
Antes
de ser
engarrafado
tem seu teor
alcoólico
reduzido a
aproximadamente
40% por
volume. Para
essa redução,
usa-se apenas
água pura.
A
classificação
De
acordo com o
tempo de
envelhecimento,
os uísques
recebem uma
classificação
definida por
lei. Os
conhecidos
como standard,
que não
trazem
no rótulo o
tempo de
envelhecimento,
devem
ter em
sua
composição
uísques com
no mínimo
três
anos de
descanso em
barris de
carvalho. As
grandes marcas
costumam
utilizar
maltes entre 7
e 10 anos. No
caso dos uísques
envelhecidos
– por
8, 12 ou 15
anos, por
exemplo –,
é
exigido
que o
malte mais
novo da
composição
tenha no mínimo
a idade
que vem
estampada
no rótulo.
No caso do
puro malte,
como o nome
indica, ele é
único.
Só
no
Brasil
se
costuma
classificar
os uísques
em
primeira
linha
(os
envelhecidos)
e em segunda
linha, formada
pelo tipo
standard.
Na
Escócia,
as destilarias
de malte
uísque
estão
espalhadas
por
quatro regiões:
a Ilha
de Islay, na
costa oeste da
Escócia,
Lowland, as
terras
baixas,
situadas no
centro e
sudoeste do país,
Campbeltown,
na região
oeste da Escócia,
nas Highlands,
que como o
nome indica, são
as terras
altas,
localizadas ao
norte de uma
linha imaginária
entre as
cidades de
Dundee, a
leste, e
Greenock, a
oeste, e
em
Speyside que
fica às
margens do Rio
Spey –
famoso pela
pureza de suas
águas de onde
saem os
melhores uísques.
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