Absinto:
a
bebida
de
lendas
e
mitos
chega
a
São
Paulo
Jorge
Tadeu
da
Silva
Com
a
chegada
do
inverno
em
Sampa,
todos
correm
atrás
da
bebida
mais
“quente”
do
momento:
o
absinto.
A
bebida
predileta
de
Eça
de
Queiroz,
Fernando
Pessoa
e
Rimbaud,
foi
importada
de
Portugal
e
já
está
nos
bares
da
cidade
para
saciar
a
sede
dos
paulistanos.
Com
ela,
vieram
de
carona
a
mitologia
e
a
história.
A
primeira,
em
razão
dos
efeitos
e
males
atribuídos
à
bebida,
a
ponto
de
torná-la
proibida
em
quase
todo
o
mundo
há
mais
ou
menos
100
anos.
A
história
do
absinto
começa
em
1792,
quando
o
médico
e
monarquista
francês
Pierre
Ordinaire,
exilado
na
Suíça,
utilizou
a
planta
artemisia
absinthum
para
fabricar
uma
poção
digestiva.
Poucos
anos
depois,
ele
adicionou
70%
de
álcool
à
fórmula
para
potencializar
seus
efeitos.
O
medicamento
do
doutor
Ordinaire
tornou-se
coqueluche
nos
cantões
suíços
e
rapidamente
atravessou
fronteiras.
Já
carregava
nessa
época
uma
forte
dose
de
mitologia.
Espalhou-se
que
suas
virtudes
iam
muito
além
da
cura
dos
males
do
estômago,
tornando
seus
usuários
mais
bem-dispostos
para
o
trabalho.
Por
causa
de
seus
poderes
milagrosos
e
da
sua
cor
esverdeada,
os
mais
entusiasmados
apelidaram-na
de
Fada
Verde.
Mas
a
tacada
de
marketing
mais
certeira
foi
dada
por
dois
compradores
da
marca,
o
major
Henri
Dubied
e
seu
genro
Henri
Pernod.
Isso
mesmo,
o
Pernod
da
bebida
até
hoje
largamente
consumida
nos
cafés
franceses.
Os
dois
passaram
a
comercializar
a
bebida
como
afrodisíaca.
A
guerra
franco-argelina
(1844-1847)
encarregou-se
de
tornar
o
absinto
a
bebida
nacional
da
França.
Foram
os
soldados,
brindados
com
uma
dose
diária,
quem
o
trouxeram
de
volta
do
front,
ajudando
a
difundi-lo
em
todo
o
país.
Na
segunda
metade
do
século
19,
ela
se
tornou
a
bebida
predileta
dos
artistas
da
belle
époque
descontentes
com
as
promessas
não
cumpridas
do
progresso
científico.
Os
poetas
Verlaine
e
Rimbaud,
assim
como
os
pintores
Degas
e
Toulouse-Lautrec,
tornaram-se
bebedores
contumazes
e
alimentaram
a
lenda
de
seus
efeitos
alucinógenos
e
propiciadores
da
criação
artística.
Todos
cumpriam
o
mesmo
ritual:
um
pouco
de
água
gelada
era
vertida
lentamente
sobre
uma
colher
furada
colocada
sobre
um
copo,
onde
era
depositado,
além
da
bebida,
um
torrão
de
açúcar.
Identificado
com
a
esbórnia,
os
maus
costumes
e
o
desregramento,
o
absinto
ganhou
muitos
inimigos
e
ainda
no
final
do
século
19
uma
cruzada
moral
pediu
sua
proibição.
A
Suíça,
sua
terra
natal,
foi
o
primeiro
país
a
fazê-lo,
quando
um
camponês
assassinou
mãe
e
filha
após
um
porre
da
bebida.
Dez
anos
mais
tarde,
o
general
francês
Galiani
culpou
o
absinto
pela
derrota
de
seus
soldados
no
campo
de
batalha
e
o
governo
francês
seguiu
o
exemplo
da
nação
vizinha.
A
proibição
chegou
aos
Estados
Unidos
e
a
vários
outros
países.
Por
incrível
que
pareça,
Portugal
continua
a
fabricá-lo
e,
claro,
a
consumi-lo
em
larga
escala.
Entre
seus
adeptos
mais
ilustres,
contavam-se
Eça
de
Queiroz
e
Fernando
Pessoa.
Além
dos
lusos,
apenas
a
República
Tcheca
produz
e
consome
absinto.
Desde
o
início
dos
anos
90,
ele
passou
ser
encontrado
em
bares
de
Nova
York
e
Londres.
O
Brasil,
embora
nunca
o
tenha
fabricado,
também
embarcou
na
legislação
e
proibiu
a
comercialização
por
aqui.
Para
atender
às
leis
brasileiras,
que
proíbem
a
comercialização
de
bebidas
com
teor
alcoólico
acima
de
54º,
o
maior
fabricante
português,
Neto&Costa,
produziu
um
lote
especial
de
absinto
destinado
ao
Brasil.
A
bebida
que
está
sendo
degustada
aqui
tem
53,5º
de
teor
alcoólico.
Em
Portugal,
ela
é
bebida
com
57º.
A
dose
da
Fada
Verde
vai
custar
R$
7,50
em
média.
O
absinto
tem
sabor
adocicado
e
aroma
semelhante
ao
de
anis.
O
Absinto
Club,
nome
inspirado
na
bebida
Absinto,
é
uma
excelente
opção
para
quem
procura
algo
diferente
na
região
dos
Jardins,
em
São
Paulo.
Na
decoração,
quadros
temáticos
contam
um
pouco
da
história
da
“bebida
proibida”,
sua
origem,
personalidades
que
a
apreciavam
e
curiosidades
bastante
interessantes.
Com
uma
programação
sonora
bastante
eclética,
a
casa
agrada
todas
as
idades.
Freqüentadores
podem
curtir
as
mais
variadas
músicas,
desde
a
década
de
50
até
os
dias
de
hoje.
O
Absinto
Club
dispõe
de
três
ambientes
com
uma
iluminação
computadorizada
e
com
efeitos
especiais,
pista
de
dança
com
muita
fumaça,
telão,
ar
condicionado,
jardim
de
inverno
e,
é
claro,
a
melhor
música
que
rola
nas
principais
discotecas
do
mundo,
atraindo
os
boêmios
que
buscam
na
noite,
além
de
diversão
e
uma
boa
gastronomia,
a
oportunidade
de
conhecer
alguém
interessante.
Quinta
feira
acontece
a
Noite
Single,
das
21hs
até
o
último
cliente;
sexta
e
sábado,
a
partir
das
22hs
é
a
vez
da
galera
que
quer
curtir
as
décadas
de
80
e
90:
Duran
Duran,
Cazuza,
Legião
Urbana,
Barão
Vermelho,
Capital
Inicial,
A-há,
Pet
Shop
Boys,
Marina
Lima,
Prince,
Madona,
entre
outros,
e
de
90:
música
tecno,
Drum´n
bass,
House,
Trance,
além
de
Santana,
Funk
(Funk
Como
Le
Gusta,
Fernanda
Abreu,
Thaide
E
DJ
Hum,
Lauryn
Hill,
Will
Smith)
e
reggae
(Skank,
Inner
Circle,
Cidade
Negra,
Bob
Marley).
Absinto
Club
Rua
Tutóia,
307
Tel.:
(0xx11)
3884-4390/3884-4051
Quinta-feira,
das
22h
até
o
último
cliente
Consumação
mínima,
quinta
feira:
mulheres
R$
25,00
e
homens
R$
35,00;
sexta
e
sábado,
mulheres
$
10,00
e
homens
$
20,00
Cartões
de
crédito:
Mastercard
e
Dinners
Outros
locais
onde
você
encontra
o
absinto:
Jotaká
(Av.
Juscelino
Kubitschek,
nº
201,
tel.:
3845-7272);
Limone
(Rua
Oscar
Freire,
30,
tel.:
3083-0375);
Pizzaria
Sprazzo
(R.
Primavera,
284,
tel.:
3051-3000).
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