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MENU POEMAS E POESIAS |
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Lord
Byron |
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Não
me sorrias!
Minha
fronte é triste,
Cavou-lhe
sulcos da desgraça a mão!
Teu
riso ardente, que traduz amores,
Jamais
soubera compensar-te, não!
Oh!
roga aos astros que jamais o pranto
Te
banhe o rosto, qual o meu, em vão!
Não
queiras, virgem, soerguer o manto,
Que
oculta em sombras minhas lentas dores;
Travo
de angústia me envenena os dias
Na
mocidade, na estação das flores.
Fôra
baldado! Tu jamais puderas
Trocar
meu pranto no sorrir de amores!
Não
é a febre de um amor ardente,
Não
é a lava de voraz paixão,
Não
é o ódio a me abrasar o peito,
De
honras perdidas o desejo vão,
Que
faz-me agora maldizer afetos,
Passar
meus dias na desolação.
O
mar, as flores o vergel, o prado,
Tudo
que vejo, como a vida, odeio;
Da
dor o manto o coração me enluta,
Nem
a beleza faz pulsar meu seio;
E
dos teus olhos mesmos a luz fulgente
Não
faz minh'alma palpitar de enleio!
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Ela
Caminha em Formosura... |
Ela
caminha em formosura, noite
que anda
num
céu sem nuvens e de estrelas palpitante,
e
o que há de bom em treva ou resplendor
se
encontra em seu olhar e em seu semblante:
ela
amadureceu à luz tão branda
que
o Céu denega ao dia em seu fulgor.
Uma
sombra de mais, em raio que faltasse,
teriam
diminuído a graça indefinível
que
em suas tranças cor de corvo ondeia
ou
meigamente lhe ilumina a face:
e
nesse rosto mostra, qualquer doce idéia,
como
é puro seu lar, como é aprazível.
Nessas
feições tão cheias de serenidade,
nesses
traços tão calmos e eloqüentes,
o
sorriso que vence e a tez que se enrubesce
dizem
apenas de um passado de bondade:
de
uma alma cuja paz com todos transparece,
de
um coração de amores inocentes.
Tradução de
Péricles Eugênio da Silva Ramos e Paulo Vizioli
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Estrofes
para uma Dama, com os poemas de Camões |
Este
penhor votivo, apreço amável,
Talvez, menina! em mim possa estimar;
Ele canta, do amor, o sonho afável,
Tema que nunca iremos desprezar.
Quem o condena é o néscio invejoso,
Uma idosa donzela decaída;
Ou o êmulo em colégio aleivoso,
Sob pena da mágoa esmaecida?
Então leia, menina! ao sentir leia,
Como aqueles você não há de ser;
A você em vão nada mais pleiteio
Em dó pelo poeta a padecer.
Ele deveras era um vero bardo;
Não era ele fictícia, fraca flama.
Dele, o amor seria teu resguardo,
Mas não igual teu desgraçado drama.
Tradução
de José Lino Grünewald
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Oh!
na Flor da Beleza Arrebatada |
Oh!
na flor da beleza arrebatada,
Não há de te oprimir tumba pesada;
Em tua relva as rosas criarão
Pétalas, as primeiras que virão,
E oscilará o cipreste em branda escuridão.
E
junto da água a fluir azul da fonte
Inclinará a Tristeza a langue fronte
E as cismas nutrirá de sonho ardente;
Pausará lenta, e andará suavemente,
Como se com seus passos, pobre ente!
Os mortos perturbasse, mesmo levemente!
Basta!
sabemos nós que o pranto é vão,
Que a morte, à nossa dor, não dá atenção.
Isso fará esquecer-nos de prantear?
Ou que choremos menos fará então?
E tu, que dizes para eu me olvidar,
Teu rosto acha-se pálido, úmido esse olhar.
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Sol
dos insones! Ó astro de melancolia!
Arde teu raio em pranto, longe a tremular,
E expões a treva que não podes dissipar:
Que semelhante és à lembrança da alegria!
Assim
raia o passado, a luz de tanto dia,
Que brilha sem com raios fracos aquecer;
Noturna, uma tristeza vela para ver,
Distinta mas distante-clara-mas que fria!
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Versos
Inscritos numa Taça Feita de um Crânio |
Não,
não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.
Vivi,
amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie e terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus.
Onde
outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora e;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?
Bebe
enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.
E
por que não? Se as fontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.
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Poeta
inglês (1788-1824). Sua obra e sua personalidade romântica têm grande
repercussão na Europa do início do século XIX. George Gordon Noel
Byron nasce em Londres e, em 1798, herda o título nobiliárquico de um
tio-avô, tornando-se o sexto Lord Byron. Em 1807 publica Horas de Ócio,
livro de poemas mal recebido pela crítica.
Com apenas 21 anos ingressa
na Câmara dos Lordes e viaja pela Europa e pelo Oriente, regressando em
1811. No ano seguinte publica o poema A Peregrinação de Childe Harold,
sobre as aventuras de um herói e a natureza da península Ibérica,
sucesso em vários países europeus. Muda-se para a Suíça em 1816, após
o divórcio de Lady Byron, causado pela suspeita de incesto do poeta com
a meia-irmã da esposa. Escreve o terceiro canto de A Peregrinação de
Childe Harold, O Prisioneiro de Chillon (1816) e Manfred (1817).
Transfere-se para Veneza , onde escreve em 1818 Beppo, uma História
Veneziana, sátira à sociedade local. Um ano depois começa o inacabado
Don Juan. Torna-se membro do comitê londrino para a independência da
Grécia, país para onde viaja em 1823 para lutar ao lado dos gregos
contra os turcos. Morre quatro meses depois, em Missolonghi.
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Postado
em agosto de 2005
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2005-2007
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