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CRÍTICA DE CINEMA


Uma Mente Brilhante
(A Beautiful Mind, EUA, 2001)

Jorge Tadeu da Silva

Existem filmes que são feitos para ganhar o Oscar. Uma Mente Brilhante é um deles. Recebeu oito indicações nas principais categorias e já havia levado o Globo de Ouro. Nele são usados todos os elementos típicos que credenciam um filme à luta pela famosa estatueta. Para o bem e para o mal.

A receita parece infalível: baseado em história real, drama, personagem principal com alguma deficiência física ou mental, narrativa a mais tradicional possível, mensagem edificante, mais de duas horas de duração, reconstituição de época e precisão absoluta na área técnica (som, fotografia, montagem, etc.).

Isto não significa, de maneira alguma, que Uma Mente Brilhante seja um filme ruim. Nada disso. O roteiro segue a trajetória da vida de John Nash (Russell Crowe), um matemático e pesquisador tão genial quanto perturbado. Em sua busca incessante por uma “idéia original”, Nash transforma seus estudos na Universidade de Princeton em verdadeira obsessão. Tem problemas de relacionamento, mal consegue pensar em outro assunto que não seja a Matemática e sua incrível capacidade de decifrar códigos e padrões acaba lhe rendendo um emprego no governo norte-americano. Sempre acompanhado pela dedicada esposa Alicia (Jennifer Connelly), Nash passa a misturar realidade e ficção, dando início a um doloroso processo de esquizofrenia.

As interpretações são todas bastante convincentes, com destaque para o ótimo Ed Harris. A direção de Ron Howard é bastante segura. Sua intenção é entrar na cabeça desse homem brilhante, mas maluco, e é muito ajudado por Crowe num de seus melhores dias.

Vamos à história: Russell Crowe faz o papel do prodígio de Princeton que se tornou esquizofrênico na década de 1950, mas superou a doença e, em 1994, ganhou o Prêmio Nobel.

O roteiro percorre 47 anos da vida do matemático e se baseia na biografia de Nash escrita por Sylvia Nasar, começa com a chegada do então jovem bolsista à Universidade Princeton, em 1947.

Tímido e isolado, mas estranhamente atraente, Nash, que se recusa a assistir às aulas ou ler os livros obrigatórios para seu curso, busca uma idéia realmente original em seu campo, a matemática.

Incentivado por seu colega de quarto, a sair de vez em quando, Nash se inspira em fontes inesperadas, tais como o movimento das pombas, para criar um artigo penetrante sobre a dinâmica governante, ou “teoria do jogo”, que, conforme nos é dito, contesta todas as teorias econômicas dos últimos 150 anos.

Em 1953, seu brilho é recompensado com um alto cargo no MIT, onde é procurado por um agente do Departamento de Defesa (Ed Harris) que o recruta para decifrar códigos russos supostamente escondidos em jornais e revistas.

É o início de seu mergulho na espionagem. Ao mesmo tempo, o gênio da matemática se casa com uma aluna apaixonada por ele, Alicia, e eles têm um filho.

Em seguida, ele e o agente que o contratara começam a ser perseguidos por inimigos desconhecidos, e Nash começa a ficar nervoso e paranóico. Ele quer abandonar o trabalho de espionagem, mas seus superiores não deixam.

Ele acaba ficando tão alterado que é levado para o hospital por um médico, que revela a Alicia, alienada em relação às atividades do marido, e à platéia que ele sofre de esquizofrenia.

Nash inicia um tratamento convencional com insulina e, mais tarde, toma a decisão de lutar contra a doença, normalmente vista como incurável.

O resto do filme segue uma trajetória repleta de desafios difíceis, momentos de ternura e algumas surpresas remanescentes, até chegar à velhice serena desse gênio.

Uma Mente Brilhante é inteligente e fascinante, pois consegue envolver o espectador de tal maneira que entramos completamente na história e aceitamos facilmente o personagem.

Ficha Técnica:


Uma Mente Brilhante

(A Beautiful Mind, EUA, 2001)

Elenco: Russell Crowe, Ed Harris, Jennifer Connelly, Christopher Plummer, Paul Bettany, Adam Goldberg, Josh Lucas, Vivien Cardone.

Roteirista: Akiva Goldsman

Diretor: Ron Howard

Gênero: Drama

Duração: 134 minutos

Produtora: Imagine Entertainment

Maio / 2002
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