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CRÍTICA DE CINEMA


Jurassic Park III

(Jurassic Park III, EUA, 2001)

Jorge Tadeu da Silva

O mais caro dos três filmes da série (teve orçamento de 93 milhões, enquanto “Mundo Perdido” custou 73 milhões e “Jurassic Park” saiu por 63 milhões) não tem Spielberg como diretor, não é baseado em nenhum livro específico de Crichton e não foi roteirizado por David Koepp. No elenco, somente dois personagens do primeiro filme: o Dr. Alan Grant (Sam Neill) e a Dra. Ellie Sattler (Laura Dern), que faz apenas uma participação especial.

Grant cheira como a necessidade da produção de ter algo que dignifique o projeto. O personagem é o grande herói do primeiro filme e tem uma semelhança muito interessante com “Indiana Jones”, outro sucesso de Spielberg, que aqui somente é um produtor executivo. Ao contrário do matemático Malcolm, que no filme anterior funciona como um gancho, um sinal de identificação com o espectador que busca um rosto conhecido, Grant é o pesquisador, o grande entendido em dinossauros. 

Obcecado pelos Velociraptores, dinossauros com pouco mais de dois metros de altura que atuam em bandos e que possuem grandes e fortes garras nas patas (foram as coqueluches dos filmes anteriores, os grandes vilões), Grant realiza escavações e busca explicações para o desenvolvido sistema de comunicação destes répteis. Afirma, inclusive, que eles falam uns com os outros e organizam decisões em bandos, sendo mais desenvolvidos e inteligentes que os primatas. Não fosse um asteróide devastador, dominariam o planeta hoje.

Mas as coisas vão mal para o Dr. Grant. Separado de Ellie, que mora com o marido e os filhos, e sem dinheiro para prorrogar seus estudos, ele se vê obrigado a aceitar o convite de um casal de milionários que dizem gostar de aventuras. Querem pagar milhões para o Dr. Grant ser um guia em um vôo rasante sobre a ilha Sorna. Acompanhado de Billy , seu assistente, Grant parte com o casal e três acompanhantes para a ilha.

A contragosto do Dr., o grupo aterrissa no local. A verdade é revelada: o filho do casal, na verdade separado há um ano, está perdido na ilha há oito semanas. Consideram Grant o grande salvador da pátria, mas se esqueceram de um detalhe: o Dr. nunca havia pisado antes na ilha (esta ilha aparece no “Mundo Perdido”, onde o personagem de Sam Neill não participou). Para piorar: nem mesmo milionários são. Em minutos, um gigantesco dinossauro ataca o grupo, matando dois dos acompanhantes, na verdade guerrilheiros contratados. Eles devem descobrir agora uma saída da ilha ao mesmo tempo que buscam o guri.

O diretor Joe Johnston, de filmes como “Jumanji” e “Céu de Outubro”, sabe dirigir aventuras e é “altamente inspirado” por Spielberg, que neste filme aparece apenas como roteirista e produtor. Ele usa o humor em cima das tomadas tensas de modo muito similar ao de Spielberg. Mas Johnston não possui talento nem experiência suficiente para driblar um roteiro fraco, previsível, que corre em suas explicações para explodir em movimentos. Nunca os personagens correram tanto e falaram de menos na série “Jurassic Park”.

O filme é o mais curto da série. O final é abrupto, com pouco clímax. Um suspense geral, e não de apenas algumas cenas, discussões sobre natureza, genética, o futuro do homem... são detalhes esquecidos. Isso faz de “Jurassic Park 3” um filme pobre em interesse. Fica a marca “JP” e somente ela. E, pelo final, tudo indica que mais uma continuação virá.

Ficha Técnica:

Jurassic Park III, EUA, 2001
Gênero: Aventura
Duração: 93 min
Distribuidora: UIP
Produtoras: Amblin Entertainment, United International Pictures, Universal Pictures
Diretor: Joe Johnston
Roteiristas: John August, Peter Buchman, Michael Crichton, William Goldman, Joe Johnston, Alexander Payne, Craig Rosenberg, Steven Spielberg, Jim Taylor
Elenco: Sam Neill, William H. Macy, Laura Dern, John Diehl, Mark Harelik, Michael Jeter, Téa Leoni.

 

Agosto / 2001
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