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CRÍTICA DE CINEMA


Harry Potter e a Pedra Filosofal

(Harry Potter and the Sorcerer's Stone, EUA, Inglaterra, 2001)

Jorge Tadeu da Silva

Harry Potter....de início fiquei imaginando se valeria a pena assistir  um filme baseado num livro escrito para o público infantil e adolescente. Mas alguns dados que surgiram logo na estréia nos EUA e no Canadá, começaram a chamar a atenção. No primeiro final semana de exibição arrecadou perto de 100 milhões de dólares, batendo recordes de vários blockbusters como Parque dos Dinossauros. Seria um fenômeno apenas para o público norte-americano? A estréia no Brasil derrubou rapidamente essa minha dúvida: quase 800 mil pessoas foram aos cinemas tupiniquins nos três primeiros de exibição, estabelecendo o recorde de bilheteria em estréias no Brasil, desbancando, para quem não sabia, “Rambo 3”, “Planeta dos Macacos” e “Missão Impossível 2”, os antigos campeões. Outro dado impressionava: também quebrou o recorde de salas ao estrear com 484 cópias em todo o país. "Planeta dos Macacos" detinha a maior estréia, tendo sido exibido em 369 salas. Bem, não li nenhum dos quatro livros já lançados sobre o personagem, pouco sabia da trama, mas teria que ser algo muito interessante para apresentar números tão expressivos. Fui conferir.

Dando uma resumida na história, ela basicamente conta o seguinte: Harry Potter (o garoto Daniel Radcliffe) aprendeu a conviver com o seu tio brigão Válter,  com a sua insensível tia Petúnia e com as constantes lamentações do mimado primo Duda. Ele até se adaptou a dormir dentro do armário debaixo da escada.

Os parentes de Harry também tiveram que aprender, relutantemente, a conviver com a presença nada bem vinda desse órfão, que é uma lembrança constante da irmã "caprichosa" de Petúnia e de seu cunhado, mortos misteriosamente. Nem mesmo a aproximação do seu aniversário de 11 anos causa animação ao menino. Como sempre, há pouca chance de Harry receber cartões, presentes ou qualquer tipo de manifestação festiva.

Mas este ano será diferente. Chega uma carta misteriosa, escrita com uma estranha tinta verde e acompanhada de uma coruja. Harry fica surpreso com essa entrega curiosa, mas seu Tio Válter, horrorizado, destrói a carta antes que o sobrinho tenha a chance de lê-la.

No dia seguinte, outra carta e coruja chegam, mas são tratadas como a primeira. Todos os dias, cartas e corujas continuam aparecendo na porta de Harry até que os Dursley, temendo que não possam mais ignorar o conteúdo dessa correspondência peculiar, fogem com Harry para uma cabana onde têm certeza que não serão encontrados. O plano parece estar funcionando até que, de repente, uma batida forte arranca a porta da frente, diante da qual abre se a imagem terrível de um enorme gigante chamado Hagrid. Furioso com os Dursley por destruírem as cartas e tentarem esconder a verdadeira identidade do sobrinho, Hagrid revela o segredo que irá mudar a vida de Harry: ele, Harry Potter, é um mago!

Harry fica sabendo que as persistentes cartas são convites, pela ocasião de seu aniversário, para deixar o mundo comum e juntar se aos seus colegas de igual talento na lendária Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Hagrid continua explicando que os pais de Harry não morreram num acidente de carro, como seus pais "adotivos" lhe contaram repetidamente; na verdade, eles foram assassinados por um mago diabólico que, por sua vez, gravou uma cicatriz na testa de Harry!

O jovem mago fica totalmente perturbado com as revelações sobre os seus pais e com o convite da Hogwarts. Contudo, entre ter que enfrentar outra noite no armário debaixo da escada e uma vida de roupas surradas, ele não hesita em acompanhar Hagrid à estação de King's Cross, em Londres, onde descobre a secreta Plataforma 9 3/4 e pega o Expresso de Hogwarts. No trem lotado de alunos do primeiro ano, todos de olhos esbugalhados, Harry logo faz amizade com os aprendizes de mago Hermione Granger e Rony Weasley. Junto de seus amigos, ele embarca numa aventura inesquecível em Hogwarts, um lugar maravilhoso, muito além de tudo o que poderia imaginar, onde descobre seus talentos extraordinários e encontra o lar e a família que nunca teve.

Acredito que quem leu Harry Potter vai se deleitar com detalhes, imagens e feições de personagens até então imaginários. Cenas como da partida de quadribol e do jogo de xadrez humano são admiráveis. Já para o leigo (ou "trouxa", nome que, na história, significa "não bruxo"), há a grande vantagem de não saber o que irá acontecer na cena seguinte - e muito menos no final. Sim, Harry Potter e a Pedra Filosofal não deixa de ser mais um lançamento infantil, que chega aos cinemas nas férias escolares para arrebatar bilheterias.  

O que me agradou no filme, foi a excelente trilha sonora, o elenco afinadíssimo e as cenas são de uma montagem belíssima. O filme mexe com mitologia grega, com centauros e unicórnios, excelente para despertar a imaginação e a fantasia dos jovens, dá lições corretas sobre amizade, autoconfiança, bem e mal etc. Tudo de forma divertida e inteligente. Interessando aos jovens e também adultos.

 Ficha Técnica:

Harry Potter e a Pedra Filosofal

(Harry Potter and the Sorcerer's Stone, EUA, Inglaterra, 2001)

Elenco: Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, John Cleese, Robbie Coltrane,     Warwick Davis, Richard Griffiths, Richard Harris

Roteirista: Steven Kloves

Diretor: Chris Columbus

Gênero: Aventura

Duração: 152 min

Distribuidora: Warner

Produtora(s): Heyday Films, Warner Bros

Classificação: Livre

 

Dezembro / 2001
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