O jornalista Antônio (Marco
Ricca) é um crítico teatral respeitado, mas vive uma rotina solitária que
é quebrada quando conhece Inês (Lilian Taublib) num bar. Desinibida,
atraente e sem uma perna, ela o convida para conhecer a sua casa. Ali
começa o envolvimento dos dois e também a obsessão de Antônio. No dia
seguinte, ele recebe um convite para ir à vernissage de José Torres
Campana, que é como um “pai” para a jovem.
Ao não
encontrar Inês no evento e notar que a moça é, na verdade, a musa dos
quadros eróticos do pintor, o crítico é tomado pelo ciúme. No meio da
madrugada, ele vai à casa dela e, movido pelo desejo e raiva, ofende a sua
relação com Campana, dizendo que o artista a usa como objeto sexual e de
fetiche. Quando menos espera, ele é convocado para ir ao tribunal,
responder uma acusação de um Crime Delicado. Mesmo com a queixa, ele não
deixa de se sentir apaixonado pela jovem.
Além
desse veio central, a narrativa de Crime Delicado tem alguns apêndices
significativos. De um lado, filmagens de trechos de peças de teatro reais,
como Woyzeck, Confraria Libertina e Leonor Mendonça, sobre as quais
Martins escreve. Do outro, conversas de bar entre personagens
desconhecidos, que também versam sobre as dores e delícias da paixão.
Aparentemente desconexas da trama, essas seqüências partem de uma
observação refinada de um certo tipo de produção cultural e de boêmia
intelectual de São Paulo, onde se passa a história.
O filme é
baseado no livro de mesmo nome de Sérgio Sant´Anna. O diretor Beto Brant,
o mesmo de O Invasor (2002), permitiu que o ator Marco Ricca escrevesse
seus próprios diálogos. O filme marca a estréia de Lilian Taulib como
atriz, que recebeu elogios da imprensa carioca e foi eleita a musa do
Festival do Rio de 2005.
Ficha Técnica:
Crime Delicado
(Crime Delicado, Brasil,
2005)
Elenco: Marco Ricca, Lilian
Taublib, Felipe Ehrenberg, Matheus Nachtergaele.
Roteiro: Beto Brant, Marco
Ricca, Marçal Aquino.
Direção: Beto Brant.
Duração: 87 min.
Gênero: Drama.
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