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Tendo como ponto de partida o livro “Achados e
Perdidos”, do escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza, o diretor José Joffily e
o roteirista Paulo Halm arriscam-se em um gênero sem tradição no cinema
brasileiro, o filme policial, eliminando ninguém menos do que o
protagonista do texto, o delegado Espinosa, colocando em primeiro plano na
tela três outros personagens: o delegado aposentado Vieira (Antônio
Fagundes) e as prostitutas Magali (Zezé Polessa) e Flor (Juliana Knust,
estreando no cinema).
Mesmo sem
experiência no ramo, Joffily consegue armar bem a trama, envolvendo o
triângulo de conseqüências fatais. A ação deslancha no rastro de um crime,
a morte de Magali. Prostituta vivida, ela mantém um caso firme com Vieira,
que vive uma nítida decadência física e psicológica, mantendo à tona uma
certa ironia.
O
delegado quer casar-se com Magali, mas ela recusa, por motivos que só
ficam inteiramente claros na parte final do filme. Mais solitário e
desesperançado do que nunca, Vieira ainda tem o desgosto de se ver acusado
do crime. Nesse momento, aproximam-se dele duas pessoas: a jovem Flor, que
trabalhava com Magali numa boate, e o misterioso Monteiro (Genézio de
Barros), uma ligação direta com um passado que Vieira tem tentado
esquecer.
Antônio
Fagundes e Zezé Polessa vivem seus papéis com uma convicção que lhes dá
inteira credibilidade e é por onde passa a melhor energia do filme.
Juliana Knust, porém, não acompanha no mesmo tom. É a ponta fraca,
especialmente numa seqüência final em que teria de passar a ambigüidade de
sua personagem.
É um
trabalho digno, cujo desenvolvimento se acompanha com interesse.
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Ficha Técnica:
Achados e Perdidos
(Brasil, 2005)
Elenco: Antonio Fagundes, Zezé
Polessa, Juliana Knust e Genézio de Barros.
Roteiro: Paulo Halm.
Direção: José Joffily.
Gênero: Policial
Duração 100 min.
Distribuidora Imagem
Filmes
Site oficial:
http://www.achadoseperdidosfilme.com.br/.
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